domingo, julho 31, 2011

7 anos...

Há 7 anos a noite do dia 31 de julho para 1º de agosto mudou de vez a minha vida. Noite que foi o fim de uma fase de sofrimento de uma das duas pessoas que eu mais queria ao meu lado. A rotina era difícil para todos os que estavam envolvidos, mas muito mais difícil para ela. Passar dois dias sem fechar os olhos sabendo o que o destino lhe reservava ainda me corta o peito por não ter podido fazer nada além de segurar-lhe a mão.

Sentir as mãos esfriarem e a respiração abrandar no ser que darias a tua vida para não estar ali. A vida nos reserva desafios e esse talvez tenha sido um dos meus maiores: viver sem eles... sem ela e sem ele... viver pela primeira vez sem meus maiores amores donos dos maiores corações que já conheci.

Mudei de vida. Mudei ao acordar e não percorrer mais a casa para ver o que ela estava fazendo. Mudei por não a ter lá para dizer simplesmente: "vóooo vou sair" ou ainda um "vóooooo cheguei". Mudei na hora de fazer comida e ir ao super e não ter que pensar que ela não comia frango ou que não tinha leite em casa. Nunca mais precisei resmungar por ter xícara com cheiro de chá, ou ainda por não querer assistir Silvio Santos ou novela mexicana. 

Juro que se tivesse a opção de voltar atrás devolvendo sonhos, conquistas, aquisições eu faria com todo gosto. Se pudesse tê-la novamente e não pudesse sair de lá eu faria com toda a força do meu coração.  A saudade as vezes aperta, outras o medo de esquecer pequenas coisas que a fazem presente me assusta. A dor de saber que ela não pode me ver e não vai estar em casa para me abraçar me quebra. Queria tanto voltar àquela noite há 7 anos e dizer que minha vida com ela foi melhor que eu podia imaginar, que tudo que ela me ensinou fez ser quem sou e que cada dificuldade que ela contornava, esmurrava e vencia me fez admirá-la para sempre.   Queria dizer que sempre fui feliz ao seu lado e fechar agradecendo por ela ter existido.

3 comentários:

Sara Graciano disse...

Que lindo e triste. É bom desabafar. Beijos e força, nesse dia tão difícil pra ti.

Kari, Karina disse...

Eu sei exatamente o que estás sentindo, amiga. Exatamente.
Há 8 anos, eu passei por um pouco do que passaste, e perdi a pessoa mais maravilhosa que a vida me deu (ao lado da minha mãe). Aquela que me fazia sentir especial a cada dia, aquela que deu todo o amor que existe no mundo para uma família completamente descompensada e separada por força de uma imigração estranha. Aquela que fazia tudo o que podia e o que não podia também pra vencer cada obstáculo com um sorriso lindo no rosto e um monte de piadas engraçadas pra divertir cada momento. Aquela que, na graça do seu ser despertou o mais profundo amor em cada pessoinha da minha família que teve o prazer de conviver com ela, ainda que brevemente. Doi bastante em mim saber que não expressei tudo isso a ela na última vez que nos vemos. Que eu não pude estar com ela até o fim, que a tragédia foi tão grande que eu sinto até hoje aquela espécie de "soco no estômago" que me acompanhou durante os 22 dias que marcaram o fim... queria voltar no tempo e chorar o choro que todos os dias fica ali, preso na minha garganta, de saudade e amor por ela, que eu não vejo nem vou ver mais...
Por isso e por muito, muito, muuito mais... é que a ela eu dedico o meu TCC e todas, TODINHAS as conquistas da minha vida. Minha Bebé.

[desabafo mode off:] faço minhas as palavras da Sara, que lindo e triste. FORÇA, amiga querida! Tenho certeza que a tua vozinha linda estaria muuito feliz em te ver hoje. E não esquece do quanto ela contribuiu na formação do teu caráter e da tua personalidade, que são tão especiais. Pensa que tu és o legado dela e segue em frente a cada dia, feliz e orgulhosa por tudo isso! Há certas lembranças e influências que não morrem jamais.
:)

Nossa Grana disse...

Herinha,

Minha avó também se foi... E eu também estava ao seu lado, segurando sua mão até o último sopro de ar...

Ela era minha mãe 2 vezes, primeiro por ter me criado e segundo por ser mãe da minha mãe...

O tempo passa, as preocupações da vida tomam nossos pensamentos, mas, nos pequenos momentos em que tudo se abranda, podemos sentir o carinho e a saudade saudável de quem tanto amamos.

Beijos para ti e para tua avó, que deve estar ao lado da minha, olhando lá de cima a gente escrever sobre elas aqui embaixo.

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