Domingo...

Domingo na vida de alguém que está diretamente relacionado com estudos nunca é um simples domingo. A vida de alguém sem um emprego formal de segunda à sexta das 9 às 18 hs mas que só estuda é um pouco diferente do que a vã filosofia das pessoas normais entende por normal.

Há muitos anos não sei o que é ter férias de verdade. As pessoas podem achar que vivo indo de férias, mas nunca são férias de verdade. Vou para o Brasil mas tudo continua aqui, continuo com a cabeça cheia de compromissos, prazos e tudo mais. Faço menos do que deveria mas não paro de verdade. Não são férias.

Acho que minhas últimas férias de verdade, quando passei um tempo sem trabalho, sem estudos, em responsabilidades foi de 2000/2001. Aquelas férias de ir para a praia sem ter hora, de ter festa a noite sem ter hora, de ter o dia na varanda sem ter hora. Nestes últimos 11 anos foram diversos eventos encaixando um no outro. Trabalho aulas de 2001-2003, oceano só acabando em 2005, no meio tempo tinha projeto e responsabilidades em casa com a doença da vó. Aulas e a loja até 2006 quando comecei o mestrado que acabou em 2008. E 10 dias após defender o mestrado cheguei em Portugal.

Domingo de não pensar não existe na vida de uma doutoranda. Quando  fico sem fazer nada no domingo sempre tenho o sentimento de que tinha que ter lido, estudado, trabalhado em algo. A cabeça nunca para. Sentimento de culpa de deitar no sol. De ir para praia. De que depois não adianta chorar o leite derramado. Se não fez, o tempo passou. Perdeu. Já era.

De hoje para frente são 60 dias de muito trabalho e de muitos objetivos a serem alcançados. Sábado? Domingo? Feriado? Quem precisa! O que preciso é acabar o doc!