- gênero:Drama, Histórico, Guerra, Biografia
- duração: 197 min
- direçãoSteven Spielberg:
- roteiro:Steven Zaillian

Filmado em preto e branco para, segundo Spielberg, deixar o filme
menos insuportável devido à violência gráfica de algumas cenas, ''A
Lista de Schindler'' é construído sobre um ótimo roteiro de Steven
Zaillian que mostra com tintas extremamente realistas a perseguição aos
judeus na Polônia e sua recolocação no Gueto de Cracóvia, em 1941, onde
famílias inteiras eram amontoadas em pequenos quartos, até a
transferência de todos para o infame campo de concentração comandado
pelo sociopata Amon Goeth (Ralph Fiennes, em sua estréia no cinema).
É impossível não se emocionar com o poder das imagens dirigidas com
surpreendente comedimento por Spielberg e captadas magistralmente pela
câmera de Janusz Kaminski. As cenas de mulheres, homens e crianças
sendo friamente assassinados com tiros na cabeça são de uma crueza
insuportável, mas nunca apelativas ou redundantes.
Mas o que difere ''A Lista de Schindler'' de tantos outros filmes
sobre o Holocausto Nazista é o caráter profundamente humano e realista
que os realizadores conseguiram imprimir à obra, até mesmo ao retratar o
monstruoso líder do campo de concentração, Goeth.
Apesar de ser o ''herói'' do filme, Schindler é mostrado como um
empresário ganancioso e sem escrúpulos que enriqueceu se aproveitando
da guerra e do fato que podia usar judeus em sua fábrica pagando menos.
A princípio ele mantém-se afastado dos horrores que acontecem à sua
volta, mas vai gradativamente sensibilizando-se até o ponto de
sentir-se obrigado a agir em favor dos oprimidos.
Para tentar ilustrar o ponto da transformação do protagonista,
Spielberg construiu duas seqüências chave usando um recurso até certo
ponto simples, porém extremamente eficaz: a menina do vestido vermelho
que ganha cores por meio de trucagem na pós-produção, vista correndo
perdida no meio dos nazistas e, depois, já morta sendo levada para a
pilha de cadáveres queimando. É nesta cena que ''A Lista de Schindler''
atinge seu ápice como obra cinematográfica, numa perfeita fusão de som,
imagem, música (uma das obras-primas de John Williams) e interpretação
do elenco capaz de arrepiar todos os pelos do nosso corpo.
A partir daí o filme vira uma corrida contra o tempo, na qual
Schindler tenta salvar o máximo de seus empregados que pode, usando
para isso toda a sua fortuna. É impressionante o poder que o filme tem
sobre quem o assiste, mesmo numa revisão. O impacto do registro quase
documental daquela monstruosidade praticada em nome de uma suposta
''raça superior'' e de uma ideologia grotesca (que lamentavelmente
ainda encontra seguidores até hoje) vai continuar chocando sempre,
independente de credo religioso ou ideologia política.
''Aquele que salva uma pessoa, salva o mundo inteiro'' foi a frase
de efeito usada na campanha de marketing do filme. E ela não deixa de
ser verdade, tendo em vista o vasto número de pessoas que estão vivas
hoje, entre sobreviventes diretos e seus descendentes, graças à lista
do industrial alemão.
fonte: http://alistadeschindler.com/Filme
Curiosidades
Curiosidades
- Martin Scorsese recusou-se a dirigir este filme nos anos 80. Ele achava que não faria um trabalho tão bom quanto se o diretor fosse judeu.
- "A Lista de Schindler" foi a apresentada a Steven Spielberg por Sid Sheinberg. Ele comprou os direitos do livro em 1982 na esperança que Steven Spielberg o dirigisse. O filme explodiu em sucesso na mesma época em que Sheinberg estava deixando a MCA/Universal.
- Spielberg começou a trabalhar neste filme na Polônia, na mesma época em que "Parque dos Dinossauros" estava em estágio de pós-produção. Ele trabalhava no "Parque dos Dinossauros" via satélite, com a ajuda de George Lucas.
- A cena da "liquidação" no gueto de Cracóvia era apenas uma página no script original. Spielberg a transformou numa cena de 20 páginas e 20 minutos de filme baseando-se em depoimentos dos sobreviventes. Por exemplo, a cena em que o jovem homem escapa da captura pelos soldados alemães lhes dizendo que ele foi ordenado para tirar as bagagens da rua foi tirada diretamente de uma história de um sobrevivente.
- Como Spielberg não obteve autorização para filmar em Auschwitz, as cenas do campo de concentração foram filmadas em um set construído em um dos estúdios da Universal, construído à imagem e semelhança da real Auschwitz.
- Steven Spielberg não cobrou um único centavo para trabalhar neste filme. Ele alegava que o dinheiro seria fruto de assassinatos. Todo o dinheiro que caberia a ele, até mesmo resíduos de direitos autorais, foram repassados à Shoah Foundation, a organização que gravou e arquiva os depoimentos de sobreviventes e testemunhas do Holocausto.
- O co-produtor Branko Lustig interpreta um garçom durante a primeira cena. Lustig é um dos sobreviventes dos campos de concentração nazistas e já produziu alguns outros filmes que abordavam este tema, incluindo "A Escolha de Sofia" (1982) e "Shoah" (1985).
- Steven Spielberg ofereceu a Roman Polanski a posição de diretor do filme. Polanski recusou pois achava que o tema era muito pessoal para ele, que viveu no gueto de Cracóvia até os 8 anos de idade, e cuja mãe morreu num campo de concentração de Auschwitz. Polanski viria a dirigir depois "O Pianista", seu próprio filme sobre o Holocausto.
- Para recolher trajes para 20.000 figurantes, o desenhista de roupas colocou propagandas em que procurava roupas. Como as circunstâncias econômicas eram pobres na Polônia, muitos pessoas estavam ansiosos para vender as roupas que possuíam desde a década de 40 e 50.
- "A Lista de Schindler" foi o primeiro filme em preto e branco a ganhar o Oscar de Melhor Filme desde "Se Meu Apartamento Falasse" (1960).
- Ao custo de 25 milhões de dólares, este é o filme em preto-e-branco mais caro da história.
Meu
comentário: Filme intenso do início ao fim. Triste saber que aquilo realmente aconteceu e que tantos morreram de forma tão brutal. A história de um homem que usou o dinheiro que ganhou com toda aquela situação para livrar 1100 pessoas da morte é tocante. Em várias cenas simplesmente perdi o folego, tudo é retratado com tamanha veracidade que é difícil não ficar emocionada. Este filme leva a não esquecer, que mesmo vivendo em um mundo tão cruel em alguns instantes, sempre existe alguém disposto a arriscar e fazer o bem em prol dos outros.
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